Amazon Pit Kennel
|
|
ALTERAÇÕES
CADAVÉRICAS
São
alterações que ocorrem no animal após a constatação da sua morte clínica.
É através das alterações cadavéricas que se pode identificar o tempo de morte do animal assim como definir se determinada alteração ocorreu antes da morte ( ante-mortem ) ou após a morte ( pós-mortem ). #
CRONOTANATOGNOSE – Estudo do tempo de morte
KRONOS = Tempo; THANATOS = Morte; GNOSIS = Conhecimento.
3.1.
Alterações cadavéricas abióticas São
alterações que ocorrem logo após a constatação da morte clínica, antes da
proliferação bacteriana secundária. Nela ainda não houve alteração
transformativa. Nestas
alterações há predominância da autólise, ou seja, há liberação de
enzimas proteolíticas produzidas pelas próprias células do animal. São
as alterações imediatas, caracterizadas por: a.
Insensibilidade
– O animal não responde a qualquer estímulo doloroso. b.
Imobilidade c.
Incosciência d.
Aneflexia
– O animal não responde à estímulos como o reflexo patelar e o reflexo da
retina. e.
Parada
das funções cárdio-respiratórias –
Caracteizada pelo silêncio pulmonar e silêncio cardíaco. f.
Parada
cerebral – E.E.G ( EletroEncéfaloGrama ). g.
Algor
mortis Resfriamento
do cadáver. Ocorre de 3 a 4 hs após a morte. Provocado pela ausência da
termorregulação e dissipação de calor por evaporação. -
Cronotanatognose: Queda de 1ºC por hora. h.
Ligor
mortis ou hipóstase cadavérica -
Lividices ou manchas hipostática: São manchas em uma área em contato com uma
superfície por um grande período de tempo. Ocorre de 2 a 4 hs após a morte.
Este processo começa a se desfazer 12 a 24 hs após o rigor mortis. i.
Rigor
mortis ou rigidez cadavérica Tem
inicio em 2 a 4 hs após a morte e se desfaz de 12 a 24 hs após ter se
iniciado. É dividido em três fases: -
Fase de pré-rigor: Período após a constatação da morte clínica em que
ainda há tecidos e órgãos vivos. Nesta
fase a transformação da energia de reserva ( glicogênio )
em ATP. Sem a oxigenação há o aumento da
produção de ácido lático, o que diminui o pH ( 5.0 – 5.5 ). A
interação da actina com a miosina ainda com ATP mantém o músculo relaxado. -
Fase de rigor: Período de contração muscular intensa. -
Fase pós-rigor: Período onde predominam os fenômenos líticos,
promovendo a destruição do complexo actina/miosina e assim promovendo o
relaxamento muscular. #
Cronotanatognose do rigor mortis 1ª
hora – Músculo cardíaco. 1
a 2 hs – Músculos respiratórios (
diafragma e intercostais ). 2
a 3 hs – Musculatura da cabeça, da mastigação e periocular. 3
½ a 4 ½ hs - Região cervical, tórax e membros anteriores. 6
a 9 hs – Resto. Na
necropsia observa-se:
-
classificação o
Cruóricas
ou sanguíneas: Coágulos vermelhos ( são os mais encontrados ). o
Lardáceos:
Amarelos, brancos ou cinzas ( linhagem branca ). o
Mistos:
Geralmente são casos patológicos. -
Localização o Câmaras
cardíacas e vasos. #
Coágulos no Ventrículo esquerdo sugerem debilidade do miocárdio. Os
coágulos se formam aproximadamente 2 horas após a morte e se desfazem 8 horas
após se fazerem por causa da hemólise.
É
caracterizada pelo aparecimento de uma região esverdiada ou amarelo-esverdeada,
típica de pigmentos biliares, que vai atingir órgãos próximos a vesícula
biliar. Esse tipo de alteração se deve pelo fato da parede da vesícula biliar
sofrer autólise ( corrosão pelos próprios componentes da bile ) provocando o
aumento da permeabilidade da parede da vesícula biliar, causando o
extravasamento da bile. Deve
serdiferenciada da coloração esverdeada por putrefação. O
período de constatação dessa alteração é muito variável.
Nela
os tecidos apresentam-se manchados de vermelho (característico da presença de
hemáceas ). É
especialmente observada nas paredes do endotélio dos vasos e na parede
cardíaca. Ocorre
8 horas após a coagulação sanguínea (causada pela hemólise). A parede dos
vasos apresenta-se avermelhada. -
Diferenciação da hemorragia A
embebição hemolítica é superficial e a medida que nos aprofundamos no corte
do tecido a tendência é essa mancha avermelhada desaparecer. Na
hemorragia observa-se uma coloração muito viva e muito profunda.
Mesmo
após a morte do animal há produção de gás por causa da
proliferação bacteriana
intestinal ( o abdome se distende devido o descontrole da proliferação
bacteriana da flora intestinal. É
diferenciado do meteorísmo ante-mortem pelo fato de não apresentar nenhuma
alteração circulatória, enquanto o ante-mortem irá sempre apresentar alguma
alteração circulatória em conseqüência da compressão dos órgãos e vasos
( hemorragias, hiperemia, anemia, etc ).
Com
o meteorismo pós-mortem o intestino pode chegar a duas vezes o seu tamanho
normal, o que provoca o seu próprio deslocamento assim como o de outras
vísceras. Deste modo alguns órgãos podem encontrar-se deslocados de sua
posição normal ( distorcias ). A
pressão exercida pelo intestino cheio de gás sobre as outras vísceras faz com
que estas sofram atrito com a cavidade abdominal e podem chegar a romper-se. Qualquer
uma destas alterações, se ocorridas antes da morte do animal irão causar
distúrbios circulatórios. No
caso de uma torção ante-mortem a área da torção encontra-se com uma
coloração negra.
Ocorre
devido o relaxamento muscular após a morte do animal associado ao meteorismo,
causando a projeção da ampola retal. No
ante-mortem ocorre o prolapso retal por uma mudança no peristaltismo normal do
animal, geralmente devido a uma hiperparasitose, deficiência de cálcio ou
presença de corpo estranho. No
ante-mortem observa-se erosões na área prolapsada, hemorragias, ruptura da
área e coloração escura devido a compressão do esfíncter anal. 3.2.
Alterações cadavéricas transformativas Estado
de grande proliferação bacteriana ( putrefação ). Há predominância da
heterólise, ou seja, liberação de enzimas proteolíticas produzidas pelas
bactérias. Os órgãos irão se apresentar como uma massa semi-sólida, odor
muito forte e mudanças de coloração. a.
Primeira
alteração ( 1 a 2 dias ) – O cadáver toma uma coloração
cinza-esverdeada, chamada pseudomelanose ou manchas da putrefação . É
principalmente observada na região abdominal. Com o tempo a tendência é que
todo o corpo tome a mesma coloração. Essa coloração é dada por um pigmento
chamado sulfametahemoglobina, formada pela interação do ácido sulfídrico
produzido pelas bactérias e a hemoglobina derivada da hemólise. #
Na fase transformativa não se tem como identificar alterações ante-mortem. b.
Enfizema
cadavérico No
enfizema cadavérico observa-se que a pele, musculatura e diversos órgãos
internamente irão apresentar crepitação ( bolhas de ar ). Nas
áreas de serosa, órgãos e musculatura, principalmente no intestino, as
bactérias irão produzir ácido sulfídrico, que irá ficar entre as camadas da
pele, musculatura e serosas dos órgãos. Assim, quando se pressiona estas
áreas tem-se a impressão de bolhas de ar entre as camadas superficiais. Estes
sinais podem ser verificados no ante-mortem no carbúnculo sintomático ( Clostridium
), porém sempre se observa a presença no ante-mortem de alterações
circulatórias. c.
Maceração Observada
quando as mucosas dos órgãos sofrem desprendimento. A mucosa apresenta um
aspecto de mingau. #
A mucosa do rumem sofre o processo de maceração precocemente, não sendo sinal
de alteração cadavérica transformativa. d.
Coliquação É
um dos estágios mais tardios da alteração cadavérica transformativa. As
vísceras se apresentam totalmente amorfas ( há destruição completa da forma
do órgão ). O odor é muito forte. Este
processo é causado pela destruição dos órgãos por enzimas proteolíticas
produzidas por bactérias. #
A adrenal sofre o processo de coliquação precocemente e não indica processo
de alteração cadavérica transformativa. e.
Redução
esquelética Nela
há a completa destruição da pele e musculatura, ficando somente os ossos. #
Algumas horas após a morte o corpo já apresenta diminuição de tamanho pela
destruição de células.
4.1.
Temperatura Se
a temperatura ambiente for alta a tendência é a instalação precoce das
alterações cadavéricas.
|