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“EDEMA PULMONAR”
Caracteriza-se
por uma forma de transudação de líquido dos vasos sangüíneos para o
interstício, e consequentemente alagando os alvéolos pulmonares.
O edema pulmonar é comum em todas as espécies. O
líquido de transudação é rico em proteína, por isso que uma das
características macro é a presença de um líquido espumoso nas vias de
condução respiratórias ( traquéia, brônquios e bronquíolos ), o que
chega a ser patognomônico nos casos de edema. Essa formação de líquido
espumoso, é por ser um líquido de transudação dos vasos sangüíneos, que
quando dá movimentação pela entrada e saída de ar, as partículas
protéicas se movimentam, modificando a tensão superficial dessas
partículas, e aí formando espuma. CAUSAS: 1- Aumento da
pressão hidrostática Dá-se em decorrência de:
A)
Aumento da pressão do átrio esquerdo que é conseqüência do processo de
congestão sangüínea ou estase sangüínea do átrio esquerdo que é
decorrente da ICC que pode ser esquerda
ou bilateral. O edema em que
há aumento de pressão do átrio esquerdo, problema cardíaco levando a
congestão pulmonar é denominado de edema
cardiogênico. Tem como patogenia o processo de congestão cardíaca
aumentando a pressão hidrostáticas dos capilares alveolares e
consequentemente a transudação líquida do interior vascular para os
alvéolos.
B)
Hipervolemia ( aumento na quantidade de volume de sangue circulante). Tem duas
etiologias: - Excesso
de transfusão de fluidos.
-
Aumento da velocidade
acentuada da transfusão desses líquidos.
C)
Vaso Constrição Sangüíneo por lesão do sistema nervoso ( lesões do tipo
hipotalânica). Se há vaso constrição sangüínea, ocorre que o sangue da
circulação geral vai ser todo enviado para as vísceras e chega no pulmão
uma grande quantidade de sangue, que vai exceder a capacidade do sangue
normal. RECAPTULANDO:
-
Aumento da volemia
-
Aumento de pressão
hidrostática Transudação
de líquido
-
Edema pulmonar em
decorrência de lesão do sistema nervoso central. 2- Diminuição
da pressão oncótica - No caso do pulmão, diz respeito não somente ao
caso do endotélio vascular (endotélio capilar pulmonar) quanto ao endotélio
alveolar do tipo I (que faz as transformações para as trocas gasosas,
HEMATOSE). No caso de aumento na permeabilidade vascular associada ao edema
pulmonar existem duas características:
A)
Rapidez ( um processo
extremamente agudo).
B)
Conteúdo protéico
é muito acentuado, porque está ocorrendo um aumento da permeabilidade.
Então a transudação de líquido é muito mais acentuada do que nos casos
anteriores, que aí já está havendo a permissão da parede do vaso à
transudação. 3- Aumento da
permeabilidade vascular - Ë a diminuição da pressão que exerce as
proteínas plasmáticas.
A)
Causas: - HIPOALBUMINEMIA, é a diminuição dos teores de
albumina na corrente circulatória no soro consequentemente leva a
diminuição das proteínas plasmáticas e diminuição da pressão oncótica
e consequentemente diferenças no que diz respeito (casos de desnutrição,
parasitismo, casos de processos patológicos em outros órgãos, como por
exemplo, enteropatias, patologias intestinais com perda protéica,
pancreatites). - E alguns casos de obstrução linfáticas por
neoplasias, hipertrofia de linfonodos.
B)
Características macroscópicas: - Órgão aumentado de volume, úmido, pesado,
brilhante em decorrência do aumento da quantidade de líquido. - Não colaba durante a abertura da cavidade
torácica, devido a presença de líquido no pulmão e no tórax.
C)
Características microscópicas: - Presença no interior dos alvéolos de uma substância com caráter eosinofílico, homogênea, róseo clara, ocupando um espaço que seria o lúmen alveolar, podemos ainda observar presença de fibrina e/ou hemáceas, a fibrina denota lesão vascular e quanto mais se encontra, mais grave é o processo.
“ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS PULMONARES”- São consideradas as principais patologias no sistema circulatório, dada a sua alta mortalidade e morbidade dentre as diversas espécies.
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Diferença de pneumonia e pneumonite: - Pneumonia é quando identificamos processo inflamatório no parênquima pulmonar e pneumonite é quando encontramos processo inflamatório restrito ao interstício pulmonar. - A pneumonia deve ser considerada um processo agudo e tem apresentação exsudativa e a pneumonite tem caráter crônico e não há presença de exsudato inflamatório. 1- Classificação: Modelos Anatômicos de Pneumonia. - Sítio inicial do processo, ou seja, por onde a patologia começou. A partir de um sítio inicial, poderemos determinar qual o padrão de disseminação da patologia, isto é, de que forma anatomicamente esta pneumonia está se apresentando. A) Broncopneumonia que também é chamada de pneumonia lobular ( é o processo mais comumente ocorrido). O seu sítio inicial é a junção bronquíolo-alveolar ( é uma área do sistema respiratório de grande fragilidade), é exatamente nesse espaço que vamos observar a ausência de macrófagos alveolares, grandes células fagocitárias pulmonares, ausência da própria “escada rolante” muco ciliar. Então é um área de mudança epitelial e por isso, é uma área anatomicamente mais susceptível à impactação de partículas e ao início dos processos infecciosos. A via de entrada desse processo é a AERÓGENA, ou seja, a broncopneumonia se desenvolve a partir de uma contaminação aerógena.
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Aspecto: - O parênquima pulmonar apresenta-se salpicado, lesões restritas muitas das vezes, difusamente distribuídas pelo órgão apresentando um aspecto semelhante a um tabuleiro de xadrez, diferente da melanosa maculosa, onde as áreas escuras eram depósitos melânicos acentuados e não apresenta conseqüência química, e as áreas negras da broncopneumonia corresponde a área de depressão pulmonar, onde há modificação de consistência e presença de exsudato. Dependendo do agente patogênico vai se ter processos graves de transmissão e por isso a peça é descartada. O padrão de disseminação é lobular.
B)
Pneumonia lobar ou Broncopneumonia fulminante - O padrão de disseminação é lobar. A via é broncogênica (extensão de um processo brônquico). O sítio inicial é a junção bronquíolo-alveolar.
C)
Pneumonia intersticial - Na disseminação há o comprometimento dos septos interalveolares. A via de contaminação é geralmente hematogênica, então o agente etiológico vem através do sangue. Também vamos observar vários casos através da via broncogênica.
“BRONCOPNEUMONIA”
1-
ETIOLOGIA
·
Causa
infecciosa - Observamos que por exemplo, bovinos e ovinos
geralmente são acometidos por processos relacionados a presença da Pasteurella
sp. Ou vírus da RIB (Rinotraqueíte Infecciosa Bovina); Nos
suínos a Pasteurella multocida, Hemorfilos pleuropneumoniae,
Bordetela bronquiséptica; Em eqüinos Estreptococus equi. Em cães Bordetela bronquiséptica e Klebsiela sp. ( são alguns exemplos). 2- FATORES
PREDISPONENTES - Pressão infecciosa como um todo, mas
principalmente na junção bronquíolo- alveolar. Essa pressão diz respeito
especialmente em casos de aglomerações de animais, confinamento. O grande
número de animais numa pequena área, existe uma contaminação aérea muito
grande, há o fator estressante, baixando o sistema imunológico, e a própria
pressão infecciosa ( um grande números de agentes infecciosos formando a
instalação, pressionando para tomar espaço). - Diminuição das defesas pulmonares. Ex:
Frio excessivo capaz de paralisar macrófagos alveolares (são os principais
fagócitos pulmonares ), então, quando há paralisação, vai haver uma
diminuição de defesa celular no sistema respiratório. Ex2: Inalação de partículas e gases tóxicos, o que
leva uma paralisia da liberação de muco e da movimentação ciliar, sendo
assim essas partículas vão direto para os pulmões. Ex3:
Anomalias ciliares, são alterações congênitas que o animal nasce
desprovido de cílios ou desprovido das funções completas desses cílios,
existe uma patologia chamada anomalia
dos cílios sem motilidade, onde os cílios não se movimentam. 3-
LOCALIZAÇÃO DA LESÃO - Geralmente crânio-ventral. 4- PATOGÊNESE - Observamos 4 fases de desenvolvimento A) Congestão- Ocorre uma dilatação capilar acentuada com estase
venosa. - Presença de exsudato inflamatório com a
liberação de hemáceas para os alvéolos. - É um processo agudo.
·
Características
macroscópicas: - Áreas de broncopneumonia vão se apresentar com aumento de volume, porque é um processo inflamatório inicial, os vasos enchem e a área vai se apresentar com aumento de volume característico do processo inflamatório. - Áreas firmes, ou seja, sem conteúdo de ar no seu
interior e de coloração vermelho escura. B) Hepatização vermelha- Consolidação do processo. - Apresenta-se bem mais vermelho escuro, porque a
presença de hemáceas nos alvéolos, é uma presença marcante, podemos
encontrar um grande número de leucócitos, especialmente da linhagem
neutrofílica e abundância de fibrina, dependendo do agente etiológico. - Geralmente se desenvolve em torno do 2o
dia. C) Hepatização cinzenta- Marcada pela grande quantidade de leucócitos,
especialmente os neutrófilos. - Coloração tendendo ao acinzentado. - Se desenvolve a partir do 4o ou 5o
dia. D) Resolução- O efeito principal é a liquefação de todas as substâncias que fizeram parte do processo
patognomônico ( há liberação de enzimas líticas a partir dos próprios neutrófilos que podem então fazer
destruição da fibrina, dos fibroblastos, dos próprios neutrófilos e de
outras células. - O exsudato inflamatório do sistema respiratório
vai ser eliminado através da tosse, mas geralmente ele é todo reabsorvido
através da drenagem linfática. - As áreas que estavam lesadas vão sofrer o
processo de regeneração epitelial. OBS:
O tempo que vai levar até a resolução é variável, vai depender da
espécie que está acometida e do agente patogênico, por exemplo, há
processos como a Pasteurella que leva mais tempo de se desenvolver, a Bordetela
bronquiséptica o período é menor, pois o agente é menos
agressivo.
“PNEUMONIA LOBAR” - Também conhecida como pneumonia fulminante, é um processo grave, principalmente quando se
lembra da pneumonia dos transportes em casos de bovinos, em que o fator
estressante é o grande agente que predispõe ao desenvolvimento desta
patologia, atuando como diminuição de defesa pulmonar. A presença do agente
virulento entrando em contato com um organismo com diminuição das defesas
pulmonares, a tendência é desenvolver a pneumonia. 1-ETIOLOGIA - BOV: A presença de Pasteurella haemolytica, que sozinha não faz nada,
mas associada ao stress do transporte. - GATO: A presença da Pasteurella multocida. - EQÜINOS: Streptococus
e Corynebacterum equi. 2-
CARACTERÍSTICAS MACRO - Áreas (lobos) antero-ventrais. - Coloração vermelho escuro ou vermelho cinzento,
dependendo da fase (Hepatização). - A pleura se apresenta bastante espessada. - Áreas de necrose (por isso a gravidade da
pneumonia).
“PNEUMONIA INTERSTICIAL” 1- ETIOLOGIA - Processos infecciosos: viremias, septicemia e
agentes parasitários. - Substâncias químicas: através da inalação de
oxigênio puro, gás amônia, nitritos, entre outros. - Toxinas endógenas: principalmente em casos de
uremia, que desenvolvem pneumonia em decorrência de taxas de uréia e
creatinina aumentada na corrente circulatória. Localização em áreas
crânio-ventral. - Algumas pneumonias são consideradas como especiais
que vão depender da substância que vai estar presente no parênquima,
provocando a lesão diferente da classificação anatômica anterior em que os
agentes são infecciosos. 2- EXEMPLOS
·
Pneumonia
embólica - Se desenvolve após instalações da colônia bacteriana em uma outra área, então é uma artrite séptica que vai estar fornecendo êmbolos bacterianos, que vão via corrente circulatória se instalar no pulmão, desenvolvendo uma pneumonia do tipo embólica, onde vamos encontrar uma grande quantidade de abcessos situados no parênquima pulmonar, denotando que tem que ter uma fonte séptica (de êmbolos) em alguma região do corpo, fornecendo esses êmbolos via sistema circulatório. - Chama atenção na inspeção, porque se for
identificado um pulmão com abcessos, além da condenação da peça, tem que
ser feito uma pesquisa da fonte desses êmbolos sépticos, não podendo
liberar a carcaça.
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Pneumonia
por aspiração
a)
Do leite - É resolvida rapidamente (1 - 2 dias), observado em bezerros que são alimentados em baldes (não estimulando a abertura da goteira esofágica) em que há dificuldade no que diz respeito a deglutição, e esses animais aspiram esse leite que vai para o parênquima pulmonar. b) Conteúdo
ruminal - Muito comum quando há sacrifício dos
animais, especialmente no matadouro, quando o animal é
dessensibilizado e colocado de cabeça para baixo, e na agonia da morte ele é
capaz de aspirar o conteúdo ruminal. c) Conteúdo de
sangue - É igual ao ruminal. d) Exsudato
inflamatório - É normal, presença de inflamação em qualquer
área que você pode aspirar (bronquite, traqueíte). e) Vômito - Assim como o conteúdo ruminal, é uma substância
bastante corrosiva, então causa uma gangrena extensa, e gangrenando o
parênquima pulmonar é perdido o sistema.
“CONTEÚDOS
TORÁCICOS”
1-
HIDROTÓRAX - Presença de um líquido seroso em grande
quantidade no tórax.
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Etiologia: - ICC, hipoproteinemia, diminuição da pressão oncótica, anemia, obstrução linfática, etc..
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Conseqüência: - Atelectasia por compressão (porque o aumento de
líquido na caixa torácica vai disputar espaço com o pulmão que vai ser
comprimido)
2-
HEMOTÓRAX - É um processo bem mais grave em que há um acúmulo de sangue no interior da cavidade torácica.
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Etiologia:
- Rupturas traumáticas, onde grandes vasos são rompidos. - Rupturas de aneurismas. - Erosão de paredes de vasos - Tudo em que há perda de integridade de vaso
sangüíneo, quanto mais grosso é o calibre do vaso mais grave é o processo.
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Conseqüência: - Atelectasia por compressão - Hipovolemia devido a grande perda de sangue e leva
ao choque hipovolêmico. 3- QUILOTÓRAX - Presença de uma substância quilífera ( uma linfa
rica em lipídios ) - Coloração róseo claro
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Etiologia: - Obstrução do ducto torácico, ocorrendo o aumento da atrofia de linfonodos mediastínicos na área, então o comprometimento da drenagem linfática do que diz respeito ao ducto torácico.
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Conseqüência: - Atelectasia por compressão. |